Posts Tagged ‘Pacheco Pereira’

Ler…

Janeiro 5, 2009

Para Pacheco Pereira um blogue é um púlpito, igual a uma qualquer coluna de jornal ou debate televisivo.

Já farta

Janeiro 4, 2009

Hoje li o inevitável Pacheco Pereira e as suas queixas do DN, que se traduzem numa queixa de um ou dois jornalistas e nenhuma face ao Vasco Graça Moura e todas a Passos Coelho. Pacheco Pereira gosta muito destas confusões, gosta de confundir para esclarecer os palpavos o que francamente me irrita.

Aparentemente o próprio não engoliu a sua vitória numas longínquas eleições para Distrital de Lisboa, por outras palavras a coisa deve ser pessoal e há que gramar com o choradinho do PP para quem qualquer coisa que não cole, não faça sentido naquela cabeça, é no mínimo o famoso populismo (conceito por ele inventado e que traduz-se por ser apenas aquilo que ele acha que é sobretudo se ele não concordar) o que se compreende num novato qualquer mas já não em JPP.

Reacções

Dezembro 17, 2008

É certo que as alternativas se colocaram quase todas de fora. Mas também é verdade que Manuela não tentou sequer outras soluções para não ter que tomar consciência da dura realidade: tal como Constâncio, a líder do PSD é um general com cada vez menos tropas. Como partido da alternância na governação, o PSD devia pensar para além de umas eleições locais, mesmo que em causa esteja a conquista de Lisboa. O facto é que, com a escolha de Santana, uma possível vitória autárquica poderá significar uma derrota quase certa nas legislativas. E isto porque, depois de já ter sido testado, interna e externamente, Santana demonstrou que hoje em dia não soma. Antes subtrai.

Editorial DN

Silêncio, calma…pois sim.

Setembro 12, 2008

“Manuela Ferreira Leite apanhou o PS com o pé em ramo verde. Os socialistas dificilmente escapam à suspeita de que estariam a tentar reduzir na secretaria a participação eleitoral dos emigrantes, uma vez que ciclicamente obtêm resultados inferiores ao PSD. Nada a dizer, portanto. Aparentemente Ferreira Leite tem razão na substância.

Quanto à forma, vejo que depois do comunicado em que se pedia a demissão de Rui Pereira, desta vez o PSD optou por uma conferência de imprensa. Parece-me muito mais adequado, embora me interrogue se faz sentido ser a líder a dar a cara nesta situação concreta. Será o tema assim tão importante que justifique uma das pouquíssimas intervenções da líder? Não me parece que bata muito certo com a estratégia exposta por José Pacheco Pereira segundo a qual Ferreira Leite “deveria falar não por regra mas por excepção”. Nem me parece que dê à opinião pública uma noção correcta das prioridades do PSD”

Estas interrogações do Paulo Gorjão fazem todo o sentido.

José Pacheco Pereira, é um homem suficientemente inteligente para saber as implicações do silêncio na comunicação. Manuela Ferreira Leite tem de saber exactamente quais as consequências das suas acções.

“Nunca se viu nada assim!” estremecem aqui e ali alguns comentadores pasmados com este “novo” fenómeno. Pacheco Pereira até aproveita e afirma genialidade da coisa, argumentando que os profissionais da comunicação andam muito zangados por se virem postos de parte nesta caminhada para o poder. Balelas!

Já se viu isto antes, já se fez isto antes e amanhã alguém vai se lembrar de fazer isto outra vez para poder dizer mais uma variante do patético “habituem-se!”.

Sócrates fez isso, Cavaco não faz outra coisa e são apenas os últimos exemplos de uma longa lista de cultores da seriedade na política.

Isto porque “o silêncio” é para eles sinal de seriedade, profundidade, prova inequívoca de quem pensa, se preocupa e está “magicar” coisas para resolver os problemas de todos. O silêncio não é só isso e pode ser muito mais.

Há um problema nesta história, na verdade vários problemas, pois o silêncio cria expectativas que se não forem cumpridas provocam um efeito boomerang sobre o autor, Manuela Ferreira Leite fez isso ontem e, no caso dela, o silêncio prolongado pode dar a ideia de hostilidade, insensibilidade ou, pior, passividade.

Enfim meninos, coisas menores que Pacheco sabe muito bem e de certeza tem acauteladas não fosse ele uma Agência de Comunicação com duas perninhas.

Ora, nem mais…

Julho 11, 2008

“A oposição criou as condições para as medidas eleitoralistas de Sócrates se tornem naturais e inevitáveis. Até patróticas.”

João Miranda, Blasfémias

Sempre gostei de tirar fotografias

Junho 22, 2008

Sempre achei que se a minha memória não conseguisse guardar os meus momentos importantes queria dizer que não sou uma máquina. Inconscientemente, fui alargando isto a quase tudo na minha vida: faço cópias de segurança, guardo textos, documentos, números de contas, enfim, todas as coisas normais da minha vida pessoal e profissional num disco rígido portátil que parece um livrinho para alem do meu computador portátil.

O Pedro não faz nada disso porque é uma máquina. Agora, é favor devolver a outra máquina ao Pedro. Obrigadinho.

A hora mudou

Março 30, 2008

Escreveu Pacheco Pereira que “Aqueles que contam com a derrota do PSD em 2009, para afastar a actual direcção, – e não adianta estarmos a enganar-nos uns aos outros com palavrinhas de circunstância, é aquilo que todos esperam, – prestam um péssimo serviço a uma alternativa mais que necessária ao PS. Podem acordar em 2010 com um PSD que perdeu de vez a sua dimensão nacional, um partido que conta cada vez menos para a vida pública, acabrunhado por mais uma derrota que só pode gerar depressão ou escapismo entre os militantes (sim, porque deles será uma grande responsabilidade), cheio de “bodes expiatórios” e de “apontar de dedos” da culpa, e de “lutas finais” de todos contra todos, com imensa gente a defender-se à “bomba” dos restos do seu poder, e outra sossegada com os quatro anos que adquiriu no parlamento e depois daqui a quatro anos se verá, contente com a sua gestão por objectivos.”

Isto é tanto mais verdade se lermos que Ângelo Correia anda a mediar os conflitos internos, promovendo reuniões com Marcelo, Relvas e Aguiar Branco, ao mesmo tempo que Menezes cria uma task-force,  à margem da Direcção,com nomes ilustres como Virgilio Costa, Helena Lopes da Costa, Cirilo Gomes e Vânia Neto, entre outros. Ao mesmo tempo que a assessoria do grupo parlamentar recebe avisos que para cada despacho de nomeação corresponde um de exoneração.

Pelo que, concluo o mesmo que Pacheco Pereira. Não se vendo nada de novo no PSD, faz-se pela vida, mede-se o pulso a quem está ou não com a Direcção e dão-se avisos aos distraídos, sejam eles deputados, assessores ou funcionários.

No entanto, para que depois e mais uma vez não oiça gente a chorar pelo leite que deixaram derramar, é bom que se lembrem que em 2009 a nova Direcção – sim porque nem sonhem que com esta ganham eleições legislativas – terá de gerir um grupo parlamentar que pouco mais será que uma emanação das cabeças de Menezes, Ribau e Santana Lopes e sufragada pelas bases. A task-force de Menezes é um óptimo exemplo.

Concluindo:  Quem não tiver coragem para ser algo hoje não se venha queixar amanhã. It’s that simple folks!

Acabou?

Março 15, 2008

Quando Menezes ganhou as directas, entre muitas explicações possíveis, há um conjunto de questões que me coloquei na altura.

Seria que os militantes, a base do partido, não aceitara que 2005 fora o fim de um ciclo, de uma proposta política, encabeçada por Santana, Gomes da Silva e, parecia-me assim ser, pelo próprio Menezes?

O discurso coxo de Sampaio ainda ressoava nos ouvidos das bases do partido, uma humilhação que urgia vingar? Se assim fosse, para além de outras tínhamos uma outra razão para a queda de Marques Mendes, o homem que personificava esse fim de ciclo?

Certamente que Mendes não correspondia ao esperado pelas bases, mas as bases nunca tinham passado por um período assim ou alguma vez tiveram de enfrentar uma maioria absoluta.

A própria natureza de Marques Mendes e a impossibilidade de distribuir qualquer tipo de benesse ou poder teriam sido os principais factores?

 

Seja quais forem as razões, parece-me certo que a alternativa que Menezes personificou, terminou. As bases já perceberam isso e ainda que, pontualmente, possam aceitar que Menezes se vitimize, não aceitam o ataque que Menezes, Ribau e Mendes Bota fizeram às elites.

Porquê? Bom, porque os militantes de base dos grandes partidos não constituem um órgão mas não se comportam de forma independente, pelo contrário, olham para as reacções das elites do seu partido.

Fizeram isso quando Ferreira Leite demorou eternidades para apoiar Mendes, para Cavaco quando escreveu sobre a boa moeda, para Morais Sarmento, Capucho e outros que encolheram os ombros a Mendes. Então as bases também encolheram os ombros, hesitaram com Ferreira Leite e mudaram de direcção.

 

A simples ideia que as bases, dotadas de voz pelo voto, se tornaram independentes e impermeáveis ao que aqueles que fizeram ou fazem história no PSD dizem, é um colossal erro.

As bases do PSD, como de resto as de qualquer outro partido de grandes dimensões no mundo, não possuem tais qualidades, pelo contrário. A ideia que faço e fui fazendo ao longo dos últimos anos, é que grande parte dessa massa de militantes segue a opinião da chamada elite e vota nesse sentido apenas pedindo que essa mesma elite seja clara nas suas posições.

 

Outra razão que me leva a afirmar que a alternativa personificada por Menezes chegou ao fim, reside no discurso adoptado pelas elites que a direcção atacou. Ao invés de uma critica complexa ou simples indiferença que se notava com Mendes, aqui simplesmente gritaram “desgraça”.

 

Uma das coisas que qualquer social democrata pode verificar numa qualquer reunião de secção é que a simples menção de que as coisas estão basicamente a correr bem no PSD, que as sondagens até subiram uns pontinhos, que o ciclo eleitoral é assim mesmo, ou seja, o típico discurso menezista, irrita quase todos sem excepção. Se ao invés, disser que isto está uma desgraça e que assim não vamos lá, imediatamente terão a atenção de uma sala inteira e ao fim de uns minutos a concordância da mesma.

Posso estar errado, posso estar total e completamente errado, mas ao contrário do que Menezes defendeu nas entrevistas que deu nos últimos dias, ele perdeu as bases e o partido, agora é só uma questão de tempo até aparecer uma alternativa.

 

Nota :

Sobre o patético retrato intimo, ler esta posta do Paulo Gorjão

Adolfo Mesquita Nunes escreve sobre Menezes e as Bases aqui

Pacheco Pereira escreve “(…) Em 2005, o PS potenciou e muito os seus ganhos com votos de rejeição contra a “oferta” que o PSD dava ao eleitorado. Há alguma razão para pensar que em 2009 vai adorar o que rejeitou em 2005? Nenhuma.