Posts Tagged ‘Manuela Ferreira Leite’

Cuidado com os dedos espetados…

Abril 26, 2009

congresso-053

Há um sério problema de alguns militantes (simpatizantes) do PSD em olhar para a realidade quando ela não lhes convém. Eu percebo simpatias, percebo lealdades, percebo até inimizades que daí nascem. Mas em face dos factos, da clara evidência dos mesmos, é pouco mais que esquizofrénico procurar responsáveis fora do círculo dos que realmente o são.

Ou como escreveu o PML.

Vai longe esta direcção do PSD com estes conspiradores.
Nem uma palavra sobre o texto que evidentemente não lhes interessa. O que importa é uma teoria conspirativa que mete jornais e supostos apoiantes de quem quer que seja.
Dá vontade de rir mas é apenas triste.

A tampa na caneta

Fevereiro 13, 2009

Aquela frase de Manuela Ferreira Leite que a História (com maiúscula) lhe dará razão, não é só um argumento típico do desepero e da derrota como escreve hoje o VPV no Público, é o assumir dessa derrota.

Churchill a este propósito deu um dia a resposta do vencedor, a História seria boa para ele já que ele tinha intenções de a escrever. Manuela Ferreira Leite parece ter posto a tampa na caneta.

Era bom conversarem antes um bocadinho

Janeiro 7, 2009

De manhã, no parlamento: Eleições 2009: PSD exige esclarecimentos de Sócrates

À tarde, na sede: PSD com atenções voltadas para a crise e não para data das eleições

Para uma direcção que se queixa tanto do barulho mediático da oposição interna, que incomoda a performance da líder, não seria má ideia evitar ser os próprios a criar o tal ruído.

Escolhas

Janeiro 5, 2009

Ler o Gabriel Silva ou o que Adelino Maltês diz sobre a direita em Portugal e conjugar com o que Pedro Picoito escreve ou repete leva a conclusões bem claras sobre o PSD e o PP:

No primeiro caso, com todo o reconhecimento que se lhe deve dar, o PSD precisa urgentemente de se tornar independente da figura de Cavaco Silva e da sua herança, até porque e a julgar pelos factos e não as promessas, só assim a figura de Santana Lopes deixa de ensombrar o futuro do partido.

No segundo caso, as alternativas a Portas não podem cair nos erros do passado e assumir uma agenda mediática mais aguerrida se querem ser alguma coisa no PP. A ideia de se apresentarem alternativas baseadas nos alegados méritos e qualidades dos próprios não chega, não há um militante de base em qualquer partido que veja com bons olhos um discurso de apresentação que reza qualquer coisa deste género: “Eu vim ajudar o partido, só pessoas como eu, independentes…sim eu não dependo do partido, honestas…sim eu não ando neste mundo porque tenho coisas mais importantes para fazer, este mundo da política que de resto está claramente podre mas não se assustem que eu vim cá fazer uma limpeza…”


A política é um jogo de negociação, ninguém ganha um jogo deixando bem claro aos outros parceiros que só ele é que não faz batota. É que não ganha mesmo.

Já farta

Janeiro 4, 2009

Hoje li o inevitável Pacheco Pereira e as suas queixas do DN, que se traduzem numa queixa de um ou dois jornalistas e nenhuma face ao Vasco Graça Moura e todas a Passos Coelho. Pacheco Pereira gosta muito destas confusões, gosta de confundir para esclarecer os palpavos o que francamente me irrita.

Aparentemente o próprio não engoliu a sua vitória numas longínquas eleições para Distrital de Lisboa, por outras palavras a coisa deve ser pessoal e há que gramar com o choradinho do PP para quem qualquer coisa que não cole, não faça sentido naquela cabeça, é no mínimo o famoso populismo (conceito por ele inventado e que traduz-se por ser apenas aquilo que ele acha que é sobretudo se ele não concordar) o que se compreende num novato qualquer mas já não em JPP.

A escolha de Pedro Santana Lopes

Dezembro 18, 2008

Foi com muito interesse que li os textos do Bruno Alves e do André,

Estou numa posição especialmente privilegiada para olhar para esta candidatura, estive especialmente ligado à liderança de Marques Mendes, à actividade parlamentar sob a liderança de Marques Guedes e nas directas estive ao lado de Passos Coelho. A minha escolha, o apoio activo que dei a Passos Coelho, deveu-se a uma conjugação de encontro de objectivos programáticos e o conjunto de acontecimentos que levou à saída de Marques Mendes onde a acção e inacção de actores políticos como Manuela Ferreira Leite não foram passíveis de ignorar.

Foi com alguma perplexidade que vi as minhas mais sérias objecções à eleição de Manuela Ferreira Leite confirmadas esta semana. Bruno Alves escreveu os argumentos que há 7 ou 8 meses me ajudaram a fazer uma escolha que julgo a acertada, que como de resto ainda há pouco afirmou, gostaria de fazer um caminho próprio sem com isso deixar de ser um apoio a esta direcção*.

De facto, “ao dar a sua caução a uma candidatura de Santana à capital, Ferreira Leite está a fazer o PSD recuar aos tempos pré-Marques Mendes, está a deitar abaixo o trabalho por este realizado após ter percebido que, para tornar o partido numa alternativa credível a nível nacional, poderia ser necessário sacrificar as perspectivas eleitorais a nível autárquico”.

Todos sabemos o que isso custou a Marques Mendes e qual o apoio objectivo de MFL que se dividiu entre um apoio institucional, quase envergonhado a Fernando Negrão – oferecido em sacrifício – e um silêncio assassino de apoio a Mendes nas directas contra Menezes quebrado no dia da votação quando já nada havia a fazer. Esta forma de encarar as opções que se tem muitas vezes de fazer em política não era afinal uma excepção mas como a escolha de Santana Lopes para Lisboa confirma era e é a regra.

A escolha de Santana Lopes já me foi justificada de três maneiras distintas: pura opção política, ou seja, Santana tem óptimas sondagens contra Costa, o que para alem de sugerir uma confusão entre política e previsões implica ignorar e sobretudo subestimar as competências de Costa numa campanha eleitoral em que a comunicação social em peso vai estar com ele.

A segunda justificação é a conspirativa-ó-tactica-ó-tonta, a escolha de Santana é parte de um plano tresloucado que visa “enterrar” definitivamente o cadáver Santana no cemitério político. Aqui remeto para o que escreveu Bruno Alves, as tentativas de celebrar o funeral de Santana levam normalmente os coveiros a entrarem na cova e ficarem lá eles.

A terceira reza que assim MFL acaba com a ameaça de um Congresso extraordinário e a viabilidade dos movimentos Menezistas contra a sua liderança.

Fora a segunda justificação, é bem possível que a escolha de Santana resulte de uma alegre misturada entre a primeira e a terceira justificações.

Menezes, que devia receber uma medalha pelas ajudas que dá a MFL de cada vez que a ataca, escreve ao contrário do habitual algo objectivamente válido – a opção de Ferreira Leite para a candidatura à autarquia da capital «é mais um acto de descarada falta de verticalidade» e «uma falta de seriedade intelectual levada ao extremo do eticamente absurdo» – e é realmente a mensagem que fica de MFL no fim disto tudo, para quem nela votou de forma convicta, apostando numa candidata que seria a rotura com o passado populista de Menezes e Santana e que agora se vê a olhar para o horizonte certinha que desta decisão, independentemente do seu resultado final, o tal PSD de rotura desapareceu para sempre sob a direcção de MFL. Essa é que é essa.

*(de resto Bruno Alves comete um erro de análise quando escreve que Passos se teria aliado a Menezes nas directas, fundamentalmente diferente do que realmente se passou, para isso bastando olhar para a divisão de votos em Gaia, Braga e Madeira onde todos os resultados pró-Santana. Uma coisa é aliar-se outra é aceitar incondicionalmente os seus apoios. Este incondicionalmente custou muitos votos a Passos Coelho)

Reacções

Dezembro 17, 2008

É certo que as alternativas se colocaram quase todas de fora. Mas também é verdade que Manuela não tentou sequer outras soluções para não ter que tomar consciência da dura realidade: tal como Constâncio, a líder do PSD é um general com cada vez menos tropas. Como partido da alternância na governação, o PSD devia pensar para além de umas eleições locais, mesmo que em causa esteja a conquista de Lisboa. O facto é que, com a escolha de Santana, uma possível vitória autárquica poderá significar uma derrota quase certa nas legislativas. E isto porque, depois de já ter sido testado, interna e externamente, Santana demonstrou que hoje em dia não soma. Antes subtrai.

Editorial DN

Esclarecimentos importantes

Novembro 24, 2008

Disse que se tivesse uma equipa, um programa e vontade seria candidato a primeiro-ministro. Tendo a sua equipa a trabalhar num programa para o país no seu ‘think-tank’  (Construir ideias), mantém a vontade de ser candidato?
Com certeza que sim. O facto de não querer contribuir para a instabilidade não significa que as pessoas não possam ter escolhas diferentes. As pessoas devem conhecer alternativas. O PSD fez uma escolha há muito pouco tempo. Inserir na agenda interna outra discussão que não seja ajudar a actual liderança é contribuir para o oposto do que pretendo: encontrar um caminho alternativo ao PS, que tem cometido muitos erros.


DE

Trabalho Para Casa para povo laranja

Outubro 7, 2008
(publicado no Atlântico)

Os últimos dias têm sido muito interessantes para o PSD, Santana Lopes disse que sim a um convite de Manuela Ferreira Leite ao mesmo tempo que Castro Almeida dava uma entrevista em que afirma a excelência do candidato.

Manuela Ferreira Leite terá sido confrontada com sondagens favoráveis a Santana? Isso é suficiente?

Como é que esta escolha é justificável para os apoiantes da agora líder do PSD? Afinal não era ela que ia “limpar” estes focos de disparate no PSD?

Pacheco Pereira vai tirar fotografias na apresentação da candidatura de Santana?

Se Santana ganhar a CML, é bom para o PSD? Para a líder?

Se Santana perder, é bom para o PSD? Para a líder?

Isto é política? É pragmatismo? É asneira?

Marques Mendes

Setembro 27, 2008

Questionada sobre o livro do antigo líder dos sociais-democratas, Marques Mendes, lançado ontem, Ferreira Leite disse que basta conhecer o título, ‘Mudar de Vida’, para considerar que é uma obra importante ‘na vida política e para a dignificação dos políticos’, visto que despoleta ‘discussão e análise’.

CM

Há uma certa injustiça na vida política que é recorrente, MFL não precisa de ler o livro para saber certas coisas, basta-lhe o título. Quem o ler não verá lá nada que Marques Mendes não tenha dito antes, com uma ou outra excepção, que ele clarifica. A lealdade sempre foi uma qualidade menosprezada.

No meio de todos os que lá foram, apercebi-me  como os ausentes desejaram que aquela ocasião não fosse mais que uma justa homenagem, muitos sabiam que o mesmo livro transformado em programa de governo por um Mendes ainda líder do PSD, seria recebido com troça e enorme dúvida.

No entanto, comentadores e pelos vistos MFL já acham que agora – que ele se foi – até era um tipo catita, cheio de qualidades. Se não fosse aquela chatice de Lisboa, se não fosse pequeno, se não tivesse ou não tivesse, enfim… dos candidatos à liderança apenas apareceu Passos Coelho, Santana e sua entourage nem vê-los e MFL estava reunida com autarcas de Braga, cortesia de Virgílio Costa.

‘nuff said.