Uma das vantagens de passar a Páscoa à terra (ao Minho) é que, para quem a vive, só lá parece ser vivida. Não há boa Páscoa há Santa Páscoa, há compassos, há Missas e foguetório, há Sexta-Feira Santa, sobretudo e para quem pãezinhos com menos sal é coisa impensável, um Sábado com um arroz de lampreia, cabrito e um domingo ainda mais pantagruélico, com ensopado de borrego, javali, cabrito, doce de ovos, pão-de-ló, tudo isto regado com vinho verde, verde tinto, tinto e mais não digo. Um festival de pecados que anularam as boas intenções da Quaresma.
A realidade, ainda que não toldada pelos excessos, parece-nos estranha. Para a boa gente que visitamos por estes dias, que encontramos na rua, tudo que por estes dias preocupa os mentideros políticos é coisa sem a menor importância, os cartazes de Manuela Ferreira Leite, uma coisa horrorosa para a qual não tenho explicação, de Vital Moreira, brilhante na personificação do que mais plástico e reverente o PS tem a oferecer ao país – a minha filha tem um barriguita igualzinho, juro! – o drama/tabu da escolha do cabeça de lista, da lista e sei lá mais o quê do PSD, as descabeladas diatribes de Ana Gomes… Nada disto importa. Há muito que perceberam que a Europa nada lhes diz, não sabem nem querem saber quem faz o quê e para quê na Europa.
Como hoje já sabem que Sócrates não se impressiona facilmente e uma eventual derrota nas Europeias não mudará uma vírgula naquela cabeça, que também não é agora que a coisa pode mudar, então para quê perder tempo com quem não perde tempo com eles? Fica para depois das férias, entretanto há que cuidar da vida que está muito complicada e se não mudou nada até agora bem se pode esperar mais um bocado.
Etiquetas: Ana Gomes, europeias, Parlamento, PS, PSD, Vital Moreira
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