Uma explicação para os resultados que se prevêem para Obama reside num fenómeno de adaptação do eleitorado.
Este reage de forma lenta a alterações súbitas e imprevistas na performance política dos candidatos, algo natural em sistemas complexos como se pode considerar o universo eleitoral.
Por isto mesmo, as alterações de natureza similar na acção de quem exerce o poder, tendem a ter pouca relevância a curto e médio prazo, como se viu na segunda eleição de Bush, sobretudo porque o nível de ruído e incerteza no eleitorado face à acção política ainda era grande.
Tal coisa não se verifica hoje em dia, algo que favorece quem oferece uma alternativa, uma escapatória. A mensagem de mudança é então fundamental para determinar a vontade do eleitorado.
Quer isto dizer que McCain não tem hipótese?
É bem possível que não, algo que se pode aceitar se olharmos para as duas soluções apresentadas pelos partidos republicano e democratae onde encontramos contradições curiosas:
Sendo que, tanto o partido republicano como o democrata precisam de naturalmente manter um base grande de apoio, alterações súbitas e radicais de política podem ser prejudiciais, a tendência é para não arriscar e evitar qualquer ruído. Por outro lado o grau de incerteza gerado por certas alterações pontuais na vontade do eleitorado ou parte dele, fruto por vezes de um deficiente método de sondagem, pode levar a uma maior cristalização das políticas anunciadas.
Ora numa primeira análise, ficaríamos com a ideia que o partido democrata terá feito as alterações mais acertadas, eu acho que não fez nenhuma pelo contrário manteve-se inamovível nas suas posições mais conhecidas sobre os principais assuntos da política americana, nomeadamente a guerra. As escolhas de candidatos são fruto dessa maneira de pensar, o próprio slogan também. A única mudança anunciada será na cor do inquilino da Casa Branca, o partido não mudou nada mas trataram de demonstrar que estariam dispostos a apostar tudo para transmitir a ideia de mudança e não de rotatividade, a escolha de Obama foi do mais racional que se pode imaginar.
Já o partido republicano ao escolher Palin, ir buscar alguém como Joe the Plumber, é um exemplo perfeito da aplicação de dados locais e internos, regras simples, em vez de a utilização de sondagens mais amplas na procura de votos, isto porque foi obrigado a ir às margens e bolsas de eleitorados, diminuindo ainda mais a promessa de mudanças na forma de actuar politicamente.
A apresentação de Palin e o aproveitamento – ou encenação – do caso Joe the Plumber são exemplos de adaptabilidade do partido republicano, que se caracteriza como qualquer outro partido de poder pelo seu grau de racionalidade, só que aqui estes dois casos tinham como objectivo diminuir o grau de ruído criado pela nomeação de alguém que não se enquadrava nos cânones vigentes da actual corrente que domina o partido republicano e McCain era tudo menos o candidato ideal do eleitorado tradicional do partido, neste ponto podemos afirmar que as grandes mudanças foram feitas aqui e não no partido democrata, no entanto, passaram toda a campanha a tentar esconder esse facto com medo de perder o seu eleitorado.
Pode ter sido o seu maior erro. Podem ter ganho o eleitorado tradicional mas podem ter perdido o país.
Novembro 5, 2008 às 4:07 am |
E agora Dr.a Manuela Ferreira Leite????Novo ERRO. ??????????
José Luís Arnaut vem gritou que McCain é a escolha «mais segura», ” é o candidato que garante mais segurança e menos riscos”, enquanto participava na Convenção Republicana na qualidade de presidente da Comissão de Relações Internacionais do PSD .
Este oráculo da inteligência, José Luís Arnaut , ainda ousava dizer: “Quando me dizem que Barack Obama tem 300 assessores para as questões de política externa, só posso concluir que não tem assessor nenhum”, disse, para sublinhar a importância da preparação de quem efectivamente decide.
E este o PSD que temos………….. Já agora este oráculo quantos assessores tinha quando estava no Governo???
Perante a vitória do Obama………….. está tudo dito em relação ao PSD e á gentinha que ali pulula e que ainda por cima é presidente da Comissão de Relações Internacionais do PSD .