O mundo vai acabar?

As lições de Katrina terão sido apreendidas por todos? O que é que se aprendeu com o desastre?

A a grande maioria das pessoas irá responder que as grandes lições do furacão Katrina prendem-se com as alterações climáticas e as suas consequências. Rééééééé´!!!! Wrong!!!

A ideia que fenómenos meteorológicos com este tipo de consequências são um claro sinal de que algo vai mal com o planeta é incrivelmente errada, hoje, dia 7 de Agosto de 2008, são 16.00 e já se verificaram 35 tremores de terra, só dois acima dos 3.2 na escala de Ritcher em Portugal. No mundo inteiro, verificaram-se 3 por minuto, mais de um milhão e meio por ano, um deles será acima dos 5 na escala de Ritcher a cada 6 horas e pelo menos um de grandes proporções a cada mês e meio. Há pelo menos um Tsunami a atravessar o Pacifico a cada 3 meses e 90 furacões por ano, um por semana sensivelmente, 500.000 trovoadas… O nosso planeta não é um local pacífico. Então que tornou o furacão Katrina tão terrível, tão mortal? Numa frase: ignorância e incompetência.

A verdade é que a enorme estrutura que fora montada no pós 11 de Setembro, a famosa Homeland Security, que concentrava as grandes agências de protecção civil americanas como a FEMA, revelaram-se pesadas, rígidas, incapazes de reagir a mudanças rápidas das condições e cada vez que falaram as comunicações com o comando central de operações, as pessoas no terreno não foram capazes de se adaptar e tomar decisões sozinhas.

As grandes excepções tiveram lugar ou à margem da organização responsável pelo salvamento e socorro das vítimas ou, no único caso conhecido, porque a formação e treino de um determinada unidade lhes fornecera as ferramentas necessárias para agir de forma independente.

No primeiro caso, estamos a falar de gente anónima que se juntou, se auto-organizou, de forma a possibilitar o socorro das vítimas, sem ter de recorrer a qualquer tipo de comando central ou de instruções superiores. Dois casos celebres dizem respeito aos websites de ajuda às vitimas criados por toda a parte e que incluiriam uma base de dados com base no google maps, em que foi possível distinguir bairro a bairro, rua a rua e casa a casa quem eram as pessoas necessitadas de bens e serviços imediatos. Outro caso foi o da Armada Cajun, formada por milhares de pequenos barcos de particulares que se dedicaram a distribuir bens e socorrer pessoas, salvando milhares de vidas enquanto as autoridades estavam imobilizadas pelo peso de uma estrutura burocrática incapaz de reagir aos acontecimentos. A única entidade oficial que conseguiu reagir depressa e de forma eficaz foi a marinha norte-americana e em especial as unidades estacionadas na zona que não esperaram por ordens e avançaram, sobretudo porque o seu treino lhes incutira os valores de responsabilidade pessoal, espírito de iniciativa e capacidade de agir em circunstâncias anormais.

Se não fossem estes exemplos de auto-organização muitas mais vidas se teriam perdido nesses dias.

Etiquetas: gestão de crises, Meio ambiente, organização