José Sócrates, acusou o PCP e o BE de julgarem possuir um «cartório onde podem passar um certificado de ser ou não de esquerda» e no fundo até desejarem que os outros, do PS, «pagassem um dizimo àqueles que são do verdadeiro socialismo e da verdadeira esquerda».
Não é difícil, olhando para o argumentário do BE ou do PCP, que se não for essa a maneira de estes dois partidos olharem a realidade política é por aí.
O BE apoia o seu discurso na posição do “angry young man”, de costas voltadas a tudo que não se conforme com a sua visão do mundo, a única que é justa, porque só ele, como os jovens pré-adultos que perfazem boa parte do seu eleitorado, é que entende o mundo, a injustiça, os problemas, só ele é que os vê. O BE, que reagiu na mesmos termos com que se sentiu ofendido pela voz de Louçã, assenta toda a sua existência nesta maneira de estar na vida, nesta certeza que só eles estão a olhar para o mundo com olhinhos de ver e o resto é cego.
O PCP, actua como sempre o fez e fará, como o partido mais conservador do panorama nacional, desconfiado da realidade e dos tempos, qualquer alteração é má por definição a não ser que confirme aquilo que defendem, independentemente de pensarem se o que ainda defendem tem alguma adesão à realidade.
Sócrates tem toda a razão? Nem por isso. Não fosse de Sócrates que falamos, o homem que sabe e afirma que só ele se esforça, só ele tem razão e tudo o que o contrariar ofende quem quer o bem de todos nós, como ele quer e sobretudo ofende-o. Algo que ele suporta com pouquíssima paciência.
Quem sobra? Ninguém, porque afinal só no PSD se encontra quente séria e vertical, que não um dia lá dirá o que pensa sobre o que achar relevante para não nos deixar nas entrelinhas e no PP, só eles têm uma verdadeira visão do que é Portugal, sendo que só por má vontade, se não for por maldade, é que o resto do espectro partidário se recusa a olhar para o país da mesma maneira.
Etiquetas: be, partidos políticos, pcpc, Política, PP, PS, PSD, sócrates, todos diferentes, todos iguais
Deixe uma Resposta