Tenho lido com interesse algumas críticas ao que se tem passado no PSD nas últimas semanas.
Algumas, aquelas que me parecem criticar os que agora criticam Luís Filipe Menezes, são muito interessantes, ou melhor os argumentos usados são muito reveladores.
Vale a pena olhar para as mais comuns:
1- Quem critica Menezes são as mesmas pessoas que poderiam ou deveriam ter avançado para a liderança e não tiveram coragem, as mesmas que agora não o deixam em paz.
Isto é muito interessante, é também um argumento que Menezes se socorre muito, para além de claramente classificar os seus críticos como invejosos, deixa entrever uma espécie de ilegitimidade de todos aqueles que o criticam.
Ora, conceber que só existe legitimidade para a crítica de quem eventualmente concorreu contra Mendes é, para além de limitador para a democracia interna do PSD, uma severa crítica ao comportamento do próprio Menezes no passado.
Outra vantagem desta crítica é que nos afasta do conteúdo ou dos argumentos utilizados por quem crítica. Eles simplesmente deixam de ter relevância porque classificámos de antemão a fonte.
2- As bases estão com Menezes e os barões nunca foram apreciados pelas bases, este tipo de ataques só beneficia o próprio Menezes.
Outro argumento coxo, que Menezes adora, mas que simplesmente não corresponde à verdade.
O que não faltam são barões muito considerados pelas bases, às vezes e em certas zonas do país muito mais queridos pelas bases que o próprio líder.
Entre Ferreira Leite, Alberto João Jardim e centenas de pequenos barões por esse Portugal fora, é uma questão de escolher. São eles que determinam o voto, muito mais que o líder que, como Mendes não tem literalmente nada para distribuir.
São eles que vêm com muito maus olhos o recuo na questão dos regulamentos e ainda pior a proposta do fim das quotas.
Por sua vez as bases reagem sempre depois das elites partidárias, assim como se desinteressaram de Mendes é apenas uma questão de tempo até criticarem abertamente Menezes.
A vantagem desta crítica é que oferece uma análise linear para um sistema que não o é. É certamente mais confortável pensar que as coisas se passam assim num partido político, seja ele qual for, mas só que não é verdade.
Março 18, 2008 às 9:34 am |
perante esta gentlha tenho vergonha de dizer que fui o militante 29 do ppd
Março 18, 2008 às 11:07 am |
Não acho que deva ter meu caro. O PSD não é quem agora está na Comissão Política, é ainda capaz de mais e muito melhor.
Tudo isto é, apesar de tudo, transitório. Melhores dias virão.
Março 20, 2008 às 12:33 am |
[…] a oposição a Menezes A juntar aos argumentos que recordei aqui, vem um outro que é também comum e que vi transcrito das mais variadas formas. Reza assim: Os […]