Por um participante mais ou menos assíduo do programa Prós e Contras, digníssimo escriba do Blasfémias e do CM, fico a saber que “a partir das reacções aos crimes na noite do Porto e Lisboa podemos separar as águas entre conservadores e liberais (…)”.
Com o objectivo de citar pela segunda vez Benjamin Franklin foi escolher logo isto? Não! Assim não! Este é o mais perfeito exemplo de onde se retira que conservadores e liberais não sabem o que são. Sabem que têm medo, o que se compreende. Sabem que querem sentir alguma segurança, mas ignoram a que propósito é que D. Miguel entra nestas contas.
À Direita e à Esquerda não há diferenças visíveis, ainda menos entre liberais e conservadores e o centralismo estatizante nem sequer é lembrado quando um calafrio percorre a espinha antes de por a chave ao carro. Franklin tinha toda a razão e o problema de fundo é grave, mas este caso não serve para separar águas a não ser entre os que não querem sacrificar a sua liberdade à segurança (efémera, diga-se) que o Estado lhe proporcionará, entres os que preferem enfrentar o “medo do escuro” e os que preferem as “luzes acessas”, nunca seria entre liberais e conservadores, sejam de esquerda ou direita, para que tal fosse verdade era preciso que, em primeiro lugar, auto-proclamados liberais fossem menos conservadores nos seus raciocínios e não fizessem tantas insinuações conclusivas.
Afonso Azevedo Neves
Etiquetas: Blasfémias, CAA, um liberal com tanta certeza é um achado
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